Estou com uma gripe danada já faz mais de 15 dias. Não perdi o nariz porque ele é grande e bem fixado. Tem horas que eu penso que está saindo o cérebro. O que se pode esperar da cura de doenças graves quando não se resolveu ainda o problema da gripe?
Para muita gente a vacina resolve, mas também tem um percentual significativo que foi vacinado e continua gripado. No meu caso acho que a vacina inoculou em mim todos os tipos de vírus e viroses. Nessas horas, eu fico imaginando o passado que tinha doenças piores. Grupe, catapora, varíola, sarampo, coqueluche e tantas outras que quando não matava deixava seqüelas, no mínimo manchas na pele. As casas eram modestas, mas tinham uma grande vantagem: em volta do fogão, toda a família ficava reunida curtindo o calor dos velhos fogões de lenha que aqueciam o ambiente, corpo, corações e mentes. Ele foi, literalmente, substituído pelas roupas e os agasalhos que não existiam. Ali também eram servidos os chás e mesinhas para curar os defluxos que abatiam qualquer um.
Lenha de madeira de lei como aroeira, angico e sabiá, chegou a ser usado em determinado tempo para aquecer e também usada como combustível para as locomotivas marias-fumaças, que tinham extremas dificuldades de vencer as íngremes ladeiras da via férrea. Nos terreiros das casas havia montes da melhor lenha de boa combustão que chegava a avermelhar a chapa dos fogões.
Quando crianças, no meu tempo, tinham acessos de tosse de perder a respiração, e os pais, acudiam desesperadamente levantando e sacudiam seus filhos para cima a busca de um pouco de ar. As crianças ficavam roxas e quase que asfixiadas. Passado o acesso voltava-mos à tonalidade normal. Mas a felicidade durava pouca. Principalmente à noite, os sintomas voltavam com força redobrada e era triste, muito triste, ver as mães fazendo chás e acudindo os filhos nessa longa doença que parecia que nunca tinha fim.
Recomendavam dieta com leite de jumenta para a coqueluche. Não havia antibióticos, e tudo se resumia a muita reza, solicitação de graças aos santos e santas.
O chá com mel, agrião e malva do reino estava presente em todas nas casas. Poucas eram as alternativas para combater as doenças. Quando vejo essa mudança radical, com farmácias em tudo o que é rua e esquina, mas mesmo assim a gripe e os resfriados nos desmoralizam. Revejo o passado e fico pensando como é que conseguimos sobreviver com todas essas dificuldades e carências? E tem gente que se queixa ainda. (Luiz José)
sábado, 22 de dezembro de 2007
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